Incentivada pela UNESCO e garantida pela Constituição Federal, a promoção da igualdade de gênero nas escolas é tema do 5º Prêmio RBS de Educação, promovido pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. As três finalistas na categoria Destaque – Gênero são de Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Ivoti. Conheça aqui os projetos.
MEDIAÇÃO DE LEITURA: DISCUTINDO GÊNERO, VIOLÊNCIAS CONTRA A MULHER, RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E CONSUMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autora: Jéssica Tairâne de Moraes
Cidade: Novo Hamburgo
Escola: EMEI Irmã Valéria
Como a leitura pode ajudar as crianças e as famílias a promover uma sociedade menos desigual? Na escola de Educação Infantil Irmã Valéria, em Novo Hamburgo, um projeto da professora Jéssica Tairâne de Moraes promove o conhecimento e problematização dos estereótipos sociais, combatendo os preconceitos, através da leitura e das brincadeiras.
– Questionamos, dentro da sala de aula: “meninos e meninas podem brincar com os mesmos brinquedos? Por que? As meninas não dirigem, os homens não cuidam das crianças? Por que meninos não podem brincar com bonecas e meninas com carrinhos?” – afirma a professora.
Através de livros e atividades, os professores estimulam o interesse das crianças pela leitura e pela criticidade do mundo que as cerca. Entre as atividades, analisaram imagens e propagandas de brinquedos e brincaram com utensílios “de casa”, para mostrar a importância do trabalho doméstico e como ele não pode ser restrito a um gênero.
MULHERES OPRIMIDAS, PROTAGONISTAS DAS NOSSAS HISTÓRIAS
Autora: Gisele dos Santos Rodrigues
Cidade: Cachoeirinha
Escola: Unidade de Ensino São Mateus
Também finalista na categoria “Escola Privada”, o projeto de Gisele Rodrigues debate em sala de aula as questões da violência contra a mulher e os feminicídios no Brasil.
– No Rio Grande do Sul, oito mulheres são assassinadas por mês. Essa realidade e as notícias que vemos frequentemente na mídia, em jornais e revistas, me levaram a fechar o projeto com uma turma de Ensino Médio – primeiro, só para meninas, depois para todas as turmas – afirmou a professora.
A professora levou biografias para a sala de aula, como de Malala Yousafzai (ativista pela educação e vencedora do Nobel da Paz em 2014) e de Maria da Penha (ativista no combate à violência doméstica). Ao todo, foram 50 livros pesquisados. Os estudantes leram as obras e identificaram os tipos de violência e opressão sofridos pelas protagonistas, debateram, escreveram textos e expuseram os trabalhos na escola, para participação dos demais alunos e das famílias.
PROJETO VARAL DA CIÊNCIA
Autora: Ailim Schwambach
Cidade: Ivoti
Escola: Instituto Ivoti
Quem são os cientistas mais famosos do Brasil e do mundo? A pergunta da professora Ailim Schwambach, no Instituto Ivoti, só teve respostas masculinas – Einstein, Freud, Piaget.
– As meninas não se viam sendo cientistas, porque achavam que era uma profissão mais masculina, os homens eram mais inteligentes para isso. Vi necessidade de incorporar no meu planejamento um trabalho de mediação de leitura para mostrar quem são as mulheres que fazem ciência no nosso País, e estão realizando pesquisas nos campos da agricultura, da medicina, da educação – afirmou a professora.
Os alunos pesquisaram as mulheres pioneiras na ciência do Brasil, no site do CNPq, e encontraram livros, revistas e artigos de mulheres cientistas no Brasil. Essas pesquisas foram apresentadas em um varal, na escola – o varal da ciência. Os trabalhos foram apresentados em rodas de leitura e ao ar livre, no ambiente da escola. A professora, então, expandiu o trabalho com palestras e webconferências de mulheres cientistas locais, que foram pioneiras e mudam a sociedade de Ivoti com suas pesquisas.