Dona Ilca Rosa Ramos dá aulas de tricô e crochê no Centro do Idoso, em Bagé. Há anos ela é voluntária na casa, onde começou um projeto para ajudar os mais necessitados. Nas aulas, foi recrutando outros voluntários para tecer roupas para doação. Era um trabalho de formiguinha, peça por peça. Mas desde o início deste ano, quando o trabalho começou a ser divulgado nas redes sociais, os voluntários se multiplicaram.
Hoje são mais de 60 voluntários que trabalham para vencer desafios. O primeiro deles foi confeccionar 100 peças para a campanha do agasalho na cidade. A Coodenadora do Centro do Idoso, Ângela Gervásio, conta que reuniu toda a equipe do local e convidou todos para tricotar.
“Até quem não sabia fazer tricô aprendeu. Hoje, quando a gente passa pelos setores, a gente sempre vê um ou outro fazendo tricô numa folguinha do trabalho”, diz.
E não são só os alunos dos cursos do Centro do Idoso, ou os servidores do local que trabalham como voluntários do projeto. Tem “formiguinha” por toda cidade. Tem gente que doa lã, agulhas, e também as peças prontas. “É a alma do bageense, né, fazer voluntariado”, destaca a coordenadora.
Ana Veiga é uma das “formigas” que trabalha em casa. Ela procurou o Centro do Idoso para fazer um trabalho social e foi convidada a integrar o projeto. Em três meses ela já teceu 30 peças entre blusões, casaquinhos e sapatos para crianças. “Eu aprendi a tricotar com a minha avó. E fazer esse trabalho é muito bom, doar é muito bom. A gente faz bem para a gente mesmo”, afirma a voluntária.
Caso parecido é o da dona Amália Alves Dorneles. Há alguns anos ela fazia tricô em casa e entregava para a amiga, dona Ilca, dar destino às peças. Este ano não resistiu aos convites e se juntou oficialmente às “formiguinhas” doadoras de Bagé. “Eu tinha uma vontade de ver uma criança com as roupinhas que eu fiz. Ia achar lindo!”, revela, sobre o sonho que tinha.
Depois da campanha do agasalho, as “formiguinhas” já venceram outros desafios e entregaram para programas socias que atendem adultos também. “Tem tantos projetos bonitos na nossa cidade, mas o “formiguinha” é aquele projeto que leva não só o agasalho, mas e leva o amor àquele que não tem”, acrescenta Ângela.
Quem quer ser um voluntário, mas não sabe fazer tricô e crochê, pode procurar a pioneira desse projeto, a dona Ilca, no Centro do Idoso e pedir para participar das aulas. “Eu adoro ensinar. Adoro fazer o bem para as pessoas”, diz ela.
O projeto “Formiguinhas” aceita doações de lãs e agulhas. E também é possível se juntar ao grupo.