O Brasil é um país rico em sua diversidade cultural, sendo composto por uma miscigenação impressionante. Levando em consideração esse contexto, a professora Maria Helena Justen do Instituto Estadual de Educação Visconde de Cairu criou um projeto que incentivou os alunos do 4º ano do Curso Normal, ensino técnico para magistério, a estudarem a cultura africana.
O projeto que teve seu início em 2016 nas disciplinas de língua portuguesa e artes, começou com o estudo de livros de histórias infantis. “Incentivo à leitura: Conhecendo a cultura afro”, como é conhecida a iniciativa, nasceu com o objetivo de valorizar costumes que fazem parte da nossa formação, segundo Maria Helena. O projeto, que começou a ser estruturado a partir de estudo sobre os contos africanos, com a coleta de informações pelos alunos com o auxílio da professora. Um dos motivadores da realização do projeto foi um artigo dentro do Plano Nacional de Educação que procura garantir que os conteúdos da história e cultura afro-brasileira e indígena sejam abordado nos currículos e ações educacionais, segundo os termos da Lei n.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e da Lei n.º 11.645, de 10 de março de 2008.
-Os alunos, que tinham entre 16 e 18 anos, fizeram pesquisas sobre a cultura afro, desde contos, danças, músicas, cores e religiões, o tema foi escolhido justamente porque a África tem uma grande influência no Brasil e uma relevância muito grande na nossa cultura e muitas vezes não é devidamente respeitada e reconhecida. Por conta disso queríamos levar esses conhecimentos para as crianças, conta a educadora.
O projeto teve tanto sucesso entre os alunos que, após a realização das pesquisas, os estudantes foram desafiados a produzirem livros, tendo como tema os estudos realizados. Na aula de língua portuguesa os alunos focaram na produção do conteúdo, criando personagens baseados nas histórias africanas. Já nas aulas de artes, os alunos inspiraram-se nas estampas africanas, para elaborar a capa e as ilustrações internas dos livros produzidos.
Após a confecção do material , os estudantes apresentaram as histórias criadas para os alunos do ensino fundamental, quartos e quintos anos, praticando assim sua oratória e a desenvoltura para ler.
– Foi muito legal, porque assim os alunos mais novos se sentiram incentivados, percebendo que o autor não é necessariamente alguém distante, o que aproximou as crianças do processo de construção de um livro, desde a história, até as ilustrações, contou Maria Helena.