Hoje professora, a modelo e apaixonada pela dança Perla Santos ajuda jovens de Porto Alegre a recuperarem a autoestima. Quando criança, ela tinha dificuldades de aceitar o cabelo crespo e a pele negra. Percebendo a mesma situação vivida por outras meninas, ela decidiu agir e criou o projeto “Meninas Crespas”.
“Desde muito pequena eu queria ter um cabelo diferente, eu queria ter uma cor de pele diferente”, lembra Perla, que diz ter sofrido bullying no colégio.
“Na minha infância eu me lembro da minha mãe, dela alisando o cabelo”, acrescenta. Foi com o passar do tempo que a mãe assumiu o crespo e incentivou a filha a fazer o mesmo.
Junto a isso, um professor da escola, atuante no movimento negro, também foi fundamental para Perla se aceitar. E foi depois disso que ela decidiu ser professora e ajudar outras meninas que passavam pela mesma situação que ela.
“Começou no recreio. Teve uma aluna que me procurou, ela viu que eu estava com meu cabelo solto”, lembra Perla.
De um bate-papo, os encontros começaram a acontecer. Virou um grupo que reúne meninas de todas as idades, em que todas se ajudam. E meninos também são bem-vindos. São realizadas diversas atividades culturais. Perla atua com colegas na Escola Senador Alberto Pasqualini, no bairro Restinga, Zona Sul da capital gaúcha.
A página no Facebook explica como funciona o grupo: “um espaço para reflexão, debate e conhecimento do universo que envolve nosso cabelo crespo, sua estrutura capilar. Nos encontros, convidamos as alunas a falarem sobre seu cabelo.” O projeto “objetiva valorizar o cabelo crespo, como também resgatar a identidade negra e o poder feminino.”
O retorno que Perla tem tido nos encontros a faz não querer mais parar. “É fascinante”, resume.
Fonte:G1