Amplificar BOAS PRÁTICAS

A trajetória da Associação Santa Zita de Lucca, em Porto Alegre, expressa o potencial transformador de um investimento contínuo feito pela FMSS e pelo Grupo RBS. Todos os anos, a Doação de Mídia coloca em evidência iniciativas sociais, aproximando os veículos das causas de suas comunidades.

Após mais uma reunião sem sucesso, Mirta Magalhães recolheu os papéis de divulgação da Associação Beneficente Santa Zita de Lucca e foi embora sem conquistar novos parceiros para o trabalho que desenvolve desde 1979 com crianças e jovens de baixa renda em Porto Alegre. Cenas como essa se repetiram dezenas de vezes, especialmente em 2009 e 2010, quando os gestores buscavam doações para ampliar a sede localizada no bairro Partenon.

“Visitamos empresas, fomos recebidos em casa por muitas pessoas. Todos se encantavam e elogiavam o nosso trabalho, mas não se sentiam confiantes em virar apoiadores. Diziam nunca ter ouvido falar da nossa organização”, relembra a presidente, de 76 anos.

“Foi um divisor de águas. Éramos uma entidade de 31 anos sem expressão. Hoje, somos reconhecidos pela qualidade e pela relevância”, conta Ceres, gerente-administrativa

Em 2010, ciente de que precisava difundir sua atuação, mas não tinha dinheiro para investir em publicidade, a Santa Zita se inscreveu no processo de Doação de Mídia do Grupo RBS, realizado por meio da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS). A Doação de Mídia prevê cessão gratuita de espaços comerciais nos veículos do Grupo para projetos do terceiro setor e tem o objetivo de amplificar boas práticas, como o caso da Santa Zita. Esse é um dos cinco pilares da FMSS, que viabiliza todos os anos, em média, a doação de R$ 50 milhões em espaços publicitários nos jornais, TV e rádios da empresa.

Ao ser contemplada com a possibilidade de projetar o nome da Santa Zita na RBS TV, em Zero Hora e no Diário Gaúcho, a instituição deu um salto. Começou angariando apoiadores para desenvolver a campanha publicitária que seria veiculada. No anúncio, criado pela agência Th Comunicação, alunos caracterizados de flores mostravam a importância de parceiros para cuidar daquele jardim. As peças foram veiculadas por 12 meses, entre 2010 e 2012.

“Foi um divisor de águas, um boom. Facilitou tudo dali para frente. Éramos uma entidade de 31 anos sem expressão. Hoje, somos reconhecidos pela qualidade e pela relevância e por desenvolver com crianças e jovens valores que foram se perdendo neste mundo que temos aí fora”, conta Ceres Rosane da Silva, gerente-administrativa da Santa Zita há 13 anos.


Como gerente-administrativa na Santa Zita, Ceres coordena todas as operações diariamente

As inserções tiveram reflexo imediato.

“Teve gente que tocou a campainha dizendo que tinha nos visto na TV e querendo contribuir”, acrescenta Mirta.

Foi o caso do advogado Rafael Ribeiro, 36 anos. Ele desejava fazer doações para alguma entidade, mas não sabia qual. Depois de ver os anúncios, escolheu visitar a Santa Zita e passou a apadrinhar uma criança, contribuindo com R$ 350 mensais.

“É importante escolher projetos em que o nosso dinheiro seja bem utilizado porque vontade de ajudar sempre temos, mas é preciso canalizar para um que priorize a educação de crianças, e lá eu tenho certeza de que isso acontece”, afirma.

 

“Tem gente que precisa muito mais do que nós”, diz Mirta, mãe de quatro filhos, reproduzindo a frase que ouviu do marido à época em que fundaram a Associação Beneficente Santa Zita.

A Santa Zita começou como escola de Educação Infantil em período integral. Em 2004, passou a receber também alunos até 14 anos para reforço escolar em português e matemática e atividades complementares, como aulas de música e xadrez, entre outras, no turno inverso à escola pública. Hoje, 250 crianças, adolescentes e jovens frequentam o local. Um dos orgulhos da instituição é que, em 2016, 97% dos alunos assistidos no contra-turno escolar passaram de ano. As famílias pagam uma mensalidade calculada de acordo com a sua renda.


Mirta Magalhães dá seguimento ao sonho de solidariedade idealizado pelo marido

A instituição nasceu da preocupação social de oito casais de amigos, que se uniram em torno da causa quando, há 40 anos, o marido de Mirta, o advogado Marcelo Magalhães, recebeu honorários de um longo processo judicial. Ao conhecer a sentença favorável, Marcelo prometeu que destinaria metade da quantia para fins filantrópicos, adiando a vontade de morar em um apartamento maior.

“Tem gente que precisa muito mais do que nós”, diz Mirta, mãe de quatro filhos, reproduzindo a frase que ouviu do marido à época em que fundaram a entidade.

Ao idealizar a criação de uma instituição educacional, o grupo escolheu o nome em homenagem à padroeira das empregadas domésticas: Zita, italiana que viveu em Lucca, no século 13. Hoje, a instituição mantida por doações particulares funciona na sede que foi ampliada após a doação de mídia. Conta com a participação de 100 voluntários e com parcerias, como a firmada com Zaffari e Senac-RS para a iniciação profissional de adolescentes.

No desafio de manter e aprimorar a qualidade de seus projetos, a Santa Zita de Lucca segue permanentemente em busca de recursos. Hoje, porém, empresas e pessoas procuram a direção para fazer parte desse sonho.

 

Reportagem: Ana Carolina Bolsson
Edição de textos: Vivian Eichler
Fotos: Letícia Zluhan
Vídeo: Johnny Marco Filmes