Com 15,241 mil votos obtidos em júri popular ao longo de 72 dias, a Simone Reinheimer Kochenborger foi a vencedora na categoria Escola Pública do 5º Prêmio RBS de Educação. Por meio de uma das grandes paixões dos jovens – as histórias em quadrinhos -, a professora conseguiu estimular a leitura de adolescentes cada vez mais distantes da literatura e aficionados pelo telefone celular.
O projeto São Francisco em Quadrinhos, realizado na Escola Estadual São Francisco de Assis, de Pareci Novo, na Região do Vale do Caí, começa com a leitura de diversos gibis – entre eles, os da Turma da Mônica, Snoopy, Garfield, Hagar, Radicci – em sala de aula e na biblioteca, individualmente e em grupo. A partir daí, as turmas estavam prontas para a imersão no mundo das HQs.
Ao longo de 40 dias do ano letivo de 2017, todas as turmas da instituição realizaram uma série de atividades com bases nas leituras iniciais, como pesquisa sobre os personagens, produção textual com análise sobre as histórias, análise do gênero história em quadrinhos, produção de cartazes sobre o perfil de super-heróis e construção de cartazes dos personagens em E.V.A. Os corredores da escola ganharam vida com o material produzido pelos jovens cheio de cor, super-poderes, capas e acessórios.
Além de despertar nos alunos o gosto pela leitura, projeto, que integrou as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, Filosofia e Artes, ajudou a explicar alguns dos conteúdos obrigatórios das disciplinas. Porém, duas atividades animaram especialmente os estudantes: a sessão de cinema do filme “Mulher-Maravilha” e a visita do escritor Gelson Weschenfelder, autor do livro “Filosofando com super-heróis” (que foi lido em sala de aula) à escola para uma palestra. Na ocasião, os alunos puderam tirar dúvidas sobre o processo de produção textual, escrita criativas, mas também refletir sobre os valores que todos os super-heróis e as super-heroínas devem ter, como ética, moral, igualdade de gênero, direitos humanos e formação da cidadania. Em 2017, o projeto e envolveu cerca de 90 alunos.
“Gostaria de agradecer a oportunidade de mostrar um pouco mais o trabalho que a gente faz nas escolas. Nós, de Pareci Novo, somos uma cidade pequena (cerca de 4 mil habitantes) mas que pode ser grande e mostrar uma educação de qualidade”, disse a professora de 28 anos no instante após receber a premiação.
O projeto de Simone (à esq. na foto abaixo) foi finalista ao lado de outras duas iniciativas, uma de Bento Gonçalves, da professora Daniela Montipó (centro), e outra de Canoas, da professora Sheila Katiane Staudt.